Homens e Livros

José Olympio é homenageado pelos netos com biografia e exposição na Biblioteca Nacional sobre a história de sua editora, uma das mais importantes do Brasil

A “Casa”. Era assim que José Olympio chamava a editora que inaugurou em 1932, inicialmente na Rua do Ouvidor, no Rio de Janeiro. Nada mais exato. Até a sua morte aos 87 anos, em 1990, a Editora José Olympio foi o endereço cultural não só do Rio, mas do país, freqüentado por jovens autores que se tornariam grandes nomes da literatura nacional.
Uma vasta lista de “imortais” como Ana Maria Machado, Nélida Piñon, Ledo Ivo, Ivan Junqueira e Eduardo Portella estavam presentes na abertura da exposição “José Olympio – O Editor e Sua Casa”, na noite de terça-feira (29), na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro.

A exposição é um desdobramento do livro José Olympio – O Editor e Sua Casa, de José Mario Pereira, também lançado no evento que marcou a comemoração de dez anos da Editora Sextante, dirigida pelos netos do editor, Marcos e Tomás da Veiga Pereira.

O livro, uma homenagem dos netos ao avô, foi concebido em 2002, em um almoço entre Marcos, José Mario e Victor Burton, que seria o responsável pelo projeto gráfico das 424 páginas ricamente ilustradas com fotografias, bilhetes, capas de livros e correspondências entre José Olympio e os autores que publicou.

Além de inúmeras fotografias e publicações da “Casa”, também se destaca uma seção dedicada aos 207 títulos que compuseram a Coleção Documentos Brasileiros, da qual fizeram parte livros como Raízes do Brasil e Visão do Paraíso, de Sérgio Buarque de Holanda, e a reedição de Canudos, de Euclydes da Cunha.

“Sempre houve editores, de Monteiro Lobato em diante, mas José Olympio é um paradigma, pois intervinha na vida do país”, disse Muniz Sodré, presidente da Fundação Biblioteca Nacional, em discurso na abertura da exposição.
(Fonte: Caderno G - Gazeta do Povo)

Exposição “José Olympio – O Editor e sua casa”. A mostra vai até 22 de agosto e conta com fotografias, manuscritos, capas de Cândido Portinari, Di Cavalcanti, Iberê Camargo, além de escritores. O acervo José Olympio é composto por 6.094 livros, incluindo edições príncipes (primeiras edições) e cerca de 100 mil documentos manuscritos e iconográficos. A exposição pode ser visitada de segundas às sextas-feiras, de 10h às 17h e aos sábados, de 10h às 15h.
OBS: A professora Ana Sofia fará uma visita à exposição nesta quinta-feira (21) com os alunos de “História das editoras” e “Layout editorial”, mas o convite é para todos os alunos de PE que se interessarem. A “caravana” sairá da ECO às 11h.